A Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), que se desligou do Conselho Executivo das Normas Padrão (CENP) em janeiro último, lançou ao mercado nesta segunda-feira, dia 15, um convite a que se discuta uma nova regulamentação das relações entre agências e anunciantes.
Para Nelcina Tropardi (foto), presidente da entidade, o que se procura agora é “uma autorregulamentação transparente, ética e justa para nosso mercado, e que represente um movimento que acompanha o mundo em que vivemos, cuja velocidade de mudança e modernização segue em ritmos acelerados”.
O “Convite ABA ao Mercado” não chega exatamente a especificar em que ambiente — fora do CENP, naturalmente — aconteceriam esses debates, mas a associação cita que quer o debate levado a “todas as entidades representativas e agências econômicos, públicos ou privados do ecossistema publicitário”.
Entre outras questões, a mais polêmica é os anunciantes quererem implantar a livre negociação em toda cadeia de suprimentos, desconsiderando, por exemplo, as tabelas gradativas de desconto que o CENP estabelece, dependendo da verba de mídia. Outra seria acabar com a obrigatoriedade de certificações para as agências terem algum tipo de benefício dos veículos.
O convite também deixa perceber que a ABA está preocupada com a mesma questão que vem sendo levantada na área pública, de publicidade colocada em meios digitais que a entidade define como “associado a conteúdo indesejado ou a impressões não humanas”. Para a associação dos anunciantes é preciso discutir sobre a valorização à segurança das marcas.
Consultado pela Janela, o presidente da Associação Brasileira de Agências de Propaganda (Abap), Mario D’Andrea, declarou que “o mercado precisa ouvir os verdadeiros atores que constroem nossa atividade. Publicitários, veículos e profissionais de marketing. E o fórum, hoje, para isso é o CENP”. D’Andrea, porém, admite que há coisas a mudar na autorregulamentação atual. “Temos sim que atualizar e modernizar nosso modelo em função do novo mercado. Mas não se constrói nada sozinho. E muito menos se joga tudo fora. A pergunta que temos que nos fazer é ‘a quem interessa jogar fora tudo que construímos’?”, questionou o executivo.
Mario D’Andrea, inclusive, pediu que haja cuidado com a atividade publicitária. “Produzimos 555 mil empregos diretos e indiretos, pagamos 2,4 bilhões de salários por ano e multiplicamos riquezas de milhares de empresas nacionais e internacionais no solo brasileiro”, lembrou.
(Foto de Nelcina Tropardi por Alê Oliveira, da Editora Referência)
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